VAIDADE
Diante dos acontecimentos que foram iniciados com o absurdo desrespeito de março do ano passado e culminaram com esse indecente aumento imposto (prevê até mesmo decréscimo de salário), o que mais me entristece é observar a postura de alguns Oficiais da PMPE, amigos que dividiam comigo até pouco tempo atrás as mesmas angústias e reclamações contra o tratamento recebido do Governo do Estado. Hoje, investidos da sagrada função de comandante de alguma coisa que lhes dê visibilidade e aproxime daqueles que o possam promover, esses Oficiais agarram-se com unhas e dentes, esquecendo-se de que já possuíram, algum dia, dignidade. Portam-se como déspotas (paradoxalmente, obedecendo a ordens superiores), ameaçam, obrigam subordinados a trabalhar sem condições adequadas, proíbem demonstrações de descontentamento, aliam-se na indecência àqueles a quem já chamaram indecentes. Tudo isso em nome de uma futilidade apenas: A VAIDADE. Para esses Oficiais, no dia de hoje é importante, vital até, mostrarem que são os melhores comandantes, que baixaram mais os índices de CVLI, que contiveram a ferro a insatisfação interna de seus comandados, ou ainda, que receberam um aperto de mão e um “muito bem” do Comandante-Geral, do Secretário e, quem sabe, do próprio Governador. Nada mais tem valor. E essa atitude, dentro do contexto enlameado que nos acostumamos a ver poderia até ser digerida, desde que não partisse daqueles por quem nutríamos grande admiração, decorrente dos outrora corajosos posicionamentos que adotavam e que os tornavam invendáveis, respeitados. Triste engano o meu, venderam-se. Por muito ou por migalhas, venderam-se.
JOÃO SANTOS JUNIOR – MAJ PM