REFLEXÕES DE UM OFICIAL DE POLÍCIA, COM MUITO ORGULHO
REFLEXÕES DE UM OFICIAL DE POLÍCIA, COM MUITO ORGULHO
Parece até um contra senso...mas não é. Não sei ao certo se escrevo sob o pretexto da frustração ou decepção! Talvez nem um, nem outro... A palavra menos incerta acredito que seja TRISTEZA.
Foi esse sentimento que me atacou ao ler a fatídica carta, quem sabe, idealizada por uma (ou mais) mente medíocre que, de tanto conspirar contra a própria existência não hesitou em recolher assinaturas, obter simpatias e induzir policiais ao erro. “A CARTA” não foi de forma alguma orquestrada para defender ou mostrar uma possível liderança do Comandante Geral, não. Acredito que o mesmo realmente foi também uma vítima desse atrapalhado documento. “A CARTA” foi sim, eminentemente de apoio político. E a quem interessava? A resposta fica na mente de cada um.
O que importa, notadamente, não é simplesmente o conteúdo, ou quem colocou, quem deixou colocar o nome, quem não deixou colocar ou quem foi pego de surpresa. O que causa tristeza é o que está por trás de tudo isso. Quem está por trás disso! A idéia! A intenção!
Os policiais militares não são melhores por não estarem na lista, nem tão pouco piores por estarem (e vice versa). Até porque, todos nós nos conhecemos e sabemos da integridade e do compromisso de colegas de trabalho, de amigos de caserna.
Gostaria de trazer à memória que nossa formação acadêmica policial militar foi na Academia de Polícia Militar do Paudalho (APMP), lembram?! E não na ACIDES, ou Campus alguma coisa! Academia do Paudalho...do tempo que fazer o Curso de Formação de Oficiais (CFO) e mais, o CFSd, CFC, CFS, CHO, CAO, CSP não serviam de moeda de troca, não eram bandeira política, ...um “cala boca”...Fazer esses Cursos ou ser promovido não era um favor, mas uma obrigação, uma conseqüência de uma trajetória, de uma carreira.
Os ideais na época de formação policial militar, nos cursos de habilitação técnica eram visando à assunção de funções e de Comando, era o desenvolvimento do espírito de liderança. Eram realmente na essência da palavra e não pensando em fins lucrativos, cargos comissionados, função gratificada, POGV, por exemplo. Percebam como tudo isso vem deteriorando a Corporação e as relações entre nós mesmos!
Apadrinhamento (político) não é criação do agora. Existiu, existe e fatalmente existirá. O que incomoda é o amordaça(acovarda)mento estimulado visando interesses outros, pessoais, grupais e não, o interesse coletivo, o de toda a Corporação.
Sou de uma Academia de Polícia Militar em que, de tantas Histórias belíssimas foi o fato do Governador em um determinado local mandar o Comandante Geral transferir um Comandante de Unidade por questões políticas, tendo o Comandante Geral chamado o Assistente, na frente de todos e determinar que providenciasse dois documentos: 01 (um) transferindo o Comandante da Unidade e o outro o exonerando do Cargo de Comandante Geral. Será que isso aconteceria naturalmente nos dias de hoje?
O documento (a carta) se fosse realmente representando um ideal de lealdade, do espírito da liderança para com um (o) Comandante Geral seria ótimo, uma maravilha de realização. É o desejo de todos nós. Em que pese o atual Comandante estar cumprindo com seu papel, realmente buscando o interesse de todos e compreendemos que o cargo que ocupa impõe certos limites, entretanto, a carta não foi idéia dele, nem idealizada para o mesmo. A “carta” pretendeu estabelecer uma divisão.
Não falo (escrevo) como representante de classe, não. Não é o caso meramente de representar uma categoria... A posição de um POLICIAL (OFICIAL) deve ser em razão de convicções ético-morais, em benefício da coletividade, da Instituição.
Jamais pretendemos utilizar de um “palanque” para benefícios pessoais. Jamais quisemos utilizar da palavra para desfazer, agredir ou enganar quem quer que fosse. Jamais pretendemos fazer um “movimento” de estímulo à baderna, ao vandalismo, à discórdia, à quebra da hierarquia ou da disciplina - ou mesmo a uma greve (não por ser inconstitucional, mas por convicções).
A legitimidade, no caso, de um comandante, de um Oficial é para ser conquistada, considerada e respeitada em razão de uma trajetória, de uma história, de valores demonstrados ao longo do tempo. Pouco importa, no nosso caso, pertencer ou não, a uma associação, ou pretender ter o “domínio” de 01 (um) ou 1000 (mil) associados, ou quando me pronunciar a uma quantidade de homens, mesmo que não sejam associados – A VOZ DE QUEM TEM LIGITIMIDADE NÃO DEPENDE FUNDAMENTALMENTE DISSO - SÃO OUTROS VALORES EM JOGO.
Ser líder, ter assertividade, entender os problemas da tropa e a expectativa de todos não é apenas para serem demonstrados perante o público, certamente, podemos nos impor como profissionais, técnicos, operacionais, inteligentes em diálogos, conversas, reuniões, discussões dentro de quatro paredes.
Não devemos deixar que vaidades, precipitações, irresponsabilidades, procedimentos de submissão e/ou subserviência gerem conflitos de interesses nada saudáveis, relações danosas e resultados irreversíveis. Conversas informais que geram desrespeito, falta de educação e traições têm sido a tônica dos dias atuais. As divergências devem ser no campo das opiniões, apenas. É lamentável constatar que amizades antigas aparentemente sólidas ficam estremecidas em razão dos interesses governamentais, politiqueiros ou pessoais.
Onde estão os policiais que tanto reclamam, os “brigões” de corredores, de alojamentos, de ambientes reservados, por exemplo, mas que se calam perante as intimidações, as pressões, as oportunidades, o assédio moral promovido por pessoas que NÃO PENSAM NO INTERESSE MAIOR?!
Que tudo isso sirva de lição para todos nós! Homens de bem não podem ser jogados na vala comum, como se fossem meros objetos de manipulação. Todos nós também sabemos que o policial só estará sendo beneficiado por oportunidades momentâneas, enquanto estiver agradando a interesses de pessoas inescrupulosas, interesses nefastos – se desagradar, tornar-se-á descartável.
“Os governos passam, as sociedades morrem a polícia é eterna” (Honoré Balzac)
Cel QOPM Eduardo Jorge de Carvalho Fonseca
Parece até um contra senso...mas não é. Não sei ao certo se escrevo sob o pretexto da frustração ou decepção! Talvez nem um, nem outro... A palavra menos incerta acredito que seja TRISTEZA.
Foi esse sentimento que me atacou ao ler a fatídica carta, quem sabe, idealizada por uma (ou mais) mente medíocre que, de tanto conspirar contra a própria existência não hesitou em recolher assinaturas, obter simpatias e induzir policiais ao erro. “A CARTA” não foi de forma alguma orquestrada para defender ou mostrar uma possível liderança do Comandante Geral, não. Acredito que o mesmo realmente foi também uma vítima desse atrapalhado documento. “A CARTA” foi sim, eminentemente de apoio político. E a quem interessava? A resposta fica na mente de cada um.
O que importa, notadamente, não é simplesmente o conteúdo, ou quem colocou, quem deixou colocar o nome, quem não deixou colocar ou quem foi pego de surpresa. O que causa tristeza é o que está por trás de tudo isso. Quem está por trás disso! A idéia! A intenção!
Os policiais militares não são melhores por não estarem na lista, nem tão pouco piores por estarem (e vice versa). Até porque, todos nós nos conhecemos e sabemos da integridade e do compromisso de colegas de trabalho, de amigos de caserna.
Gostaria de trazer à memória que nossa formação acadêmica policial militar foi na Academia de Polícia Militar do Paudalho (APMP), lembram?! E não na ACIDES, ou Campus alguma coisa! Academia do Paudalho...do tempo que fazer o Curso de Formação de Oficiais (CFO) e mais, o CFSd, CFC, CFS, CHO, CAO, CSP não serviam de moeda de troca, não eram bandeira política, ...um “cala boca”...Fazer esses Cursos ou ser promovido não era um favor, mas uma obrigação, uma conseqüência de uma trajetória, de uma carreira.
Os ideais na época de formação policial militar, nos cursos de habilitação técnica eram visando à assunção de funções e de Comando, era o desenvolvimento do espírito de liderança. Eram realmente na essência da palavra e não pensando em fins lucrativos, cargos comissionados, função gratificada, POGV, por exemplo. Percebam como tudo isso vem deteriorando a Corporação e as relações entre nós mesmos!
Apadrinhamento (político) não é criação do agora. Existiu, existe e fatalmente existirá. O que incomoda é o amordaça(acovarda)mento estimulado visando interesses outros, pessoais, grupais e não, o interesse coletivo, o de toda a Corporação.
Sou de uma Academia de Polícia Militar em que, de tantas Histórias belíssimas foi o fato do Governador em um determinado local mandar o Comandante Geral transferir um Comandante de Unidade por questões políticas, tendo o Comandante Geral chamado o Assistente, na frente de todos e determinar que providenciasse dois documentos: 01 (um) transferindo o Comandante da Unidade e o outro o exonerando do Cargo de Comandante Geral. Será que isso aconteceria naturalmente nos dias de hoje?
O documento (a carta) se fosse realmente representando um ideal de lealdade, do espírito da liderança para com um (o) Comandante Geral seria ótimo, uma maravilha de realização. É o desejo de todos nós. Em que pese o atual Comandante estar cumprindo com seu papel, realmente buscando o interesse de todos e compreendemos que o cargo que ocupa impõe certos limites, entretanto, a carta não foi idéia dele, nem idealizada para o mesmo. A “carta” pretendeu estabelecer uma divisão.
Não falo (escrevo) como representante de classe, não. Não é o caso meramente de representar uma categoria... A posição de um POLICIAL (OFICIAL) deve ser em razão de convicções ético-morais, em benefício da coletividade, da Instituição.
Jamais pretendemos utilizar de um “palanque” para benefícios pessoais. Jamais quisemos utilizar da palavra para desfazer, agredir ou enganar quem quer que fosse. Jamais pretendemos fazer um “movimento” de estímulo à baderna, ao vandalismo, à discórdia, à quebra da hierarquia ou da disciplina - ou mesmo a uma greve (não por ser inconstitucional, mas por convicções).
A legitimidade, no caso, de um comandante, de um Oficial é para ser conquistada, considerada e respeitada em razão de uma trajetória, de uma história, de valores demonstrados ao longo do tempo. Pouco importa, no nosso caso, pertencer ou não, a uma associação, ou pretender ter o “domínio” de 01 (um) ou 1000 (mil) associados, ou quando me pronunciar a uma quantidade de homens, mesmo que não sejam associados – A VOZ DE QUEM TEM LIGITIMIDADE NÃO DEPENDE FUNDAMENTALMENTE DISSO - SÃO OUTROS VALORES EM JOGO.
Ser líder, ter assertividade, entender os problemas da tropa e a expectativa de todos não é apenas para serem demonstrados perante o público, certamente, podemos nos impor como profissionais, técnicos, operacionais, inteligentes em diálogos, conversas, reuniões, discussões dentro de quatro paredes.
Não devemos deixar que vaidades, precipitações, irresponsabilidades, procedimentos de submissão e/ou subserviência gerem conflitos de interesses nada saudáveis, relações danosas e resultados irreversíveis. Conversas informais que geram desrespeito, falta de educação e traições têm sido a tônica dos dias atuais. As divergências devem ser no campo das opiniões, apenas. É lamentável constatar que amizades antigas aparentemente sólidas ficam estremecidas em razão dos interesses governamentais, politiqueiros ou pessoais.
Onde estão os policiais que tanto reclamam, os “brigões” de corredores, de alojamentos, de ambientes reservados, por exemplo, mas que se calam perante as intimidações, as pressões, as oportunidades, o assédio moral promovido por pessoas que NÃO PENSAM NO INTERESSE MAIOR?!
Que tudo isso sirva de lição para todos nós! Homens de bem não podem ser jogados na vala comum, como se fossem meros objetos de manipulação. Todos nós também sabemos que o policial só estará sendo beneficiado por oportunidades momentâneas, enquanto estiver agradando a interesses de pessoas inescrupulosas, interesses nefastos – se desagradar, tornar-se-á descartável.
“Os governos passam, as sociedades morrem a polícia é eterna” (Honoré Balzac)
Cel QOPM Eduardo Jorge de Carvalho Fonseca