Por falta de viaturas, PM de Alagoas deixa de atender 25% dos pedidos de socorro
26/10/2009 - 07h00
Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
A população da região metropolitana de Maceió (AL) está sofrendo com a carência de viaturas da Polícia Militar nas ruas. Sem contar com o número necessário de veículos para atender às ocorrências, a PM de Alagoas afirma que chega a selecionar os chamados pelo 190 para deslocar uma viatura.
Dados dos relatórios mensais da Secretaria de Estado de Defesa Social (SDS) mostram que, nos últimos meses, uma em cada quatro ligações feitas ao serviço 190 não foi atendida por falta de viaturas. Queixas da população se tornaram comuns.
O último relatório divulgado pela SDS, referente ao mês de julho, revela um quadro grave. Das 10.643 ocorrências feitas ao número de emergência, 2.752 não foram atendidas por falta de uma viatura, ou 25,8% do total. As médias dos meses anteriores são similares.
Ainda segundo os dados daquele mês, o número de ocorrências não atendidas só fica atrás das ocorrências onde nada foi constatado (que representou 30% do total e são classificadas como trotes). O relatório mostra ainda que o número de ocorrências não atendidas por indisponibilidade de viaturas é quase cinco vezes maior que ao de ocorrências concluídas "com êxito" - que em julho somaram 642.
O chefe do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), major Eduardo Caetano, reconheceu que o número de viaturas na capital é insuficiente para atender à demanda. "Temos uma demanda muito grande, mas onde cerca de 70% das ligações são trotes. Esse é o nosso maior problema. Quando um atende reconhece o trote pelo telefone, ótimo. Quando não, deslocamos uma viatura até o local e deixamos de atender uma ocorrência real. Isso também contribui para esse cenário", afirmou.
Segundo o major, existem em torno de 50 a 55 viaturas da Polícia Militar atuando nas ruas por turno, algumas delas alugadas. "O governo tem se empenhado em resolver esse problema. Existem viaturas alugadas para auxiliar no trabalho desde o ano passado. Temos também a previsão da aquisição de mais 12 viaturas nos próximos dias, e elas vão com certeza reduzir esse índice de ocorrências sem atendimento", disse o militar.
Enquanto as novas viaturas não chegam, a polícia afirma que vai "atrasando" os atendimentos e, em alguns momentos, até selecionando as ocorrências que vai atender. "Sempre tentamos atender a todos, mas por conta da demanda nem sempre é possível. Principalmente nos feriadões e fins de semana, onde todos estão fazendo suas festas e há muitas ocorrências de perturbação do sossego. Em alguns momentos torna-se impossível atender todas", finalizou o major.
Espera em vão.
Enquanto a PM não reforça o número de viaturas, a população reclama da falta de atendimento, principalmente nas ocorrências de pequena ilicitude.
O microempresário Marcelo Diniz afirma que teve problemas com perturbação do sossego e não foi atendido pela PM.
Segundo ele, um culto improvisado na frente do prédio onde mora estava com som alto e incomodando os moradores. "Liguei para o 190 por volta das 19 horas daquele dia e informaram que uma viatura viria. Passada uma hora, pedi para outro vizinho do prédio ligar também. Ele ligou e também informaram que iriam mandar uma equipe, inclusive disseram que já sabiam do problema. Mas até hoje esperamos essa viatura chegar, e o culto só terminou depois das 22 horas", contou.
A jornalista Aline Barbosa conta que tentou pedir ajuda à PM quando foi impedida de entrar com o carro em casa, no ano passado. Não obteve êxito. "Ao chegar em casa, estava um carro parado em frente à minha garagem e, depois de não encontrar o dono do carro, liguei para a polícia e a atendente me informou que não tinha viatura disponível naquele momento", relatou.
Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
A população da região metropolitana de Maceió (AL) está sofrendo com a carência de viaturas da Polícia Militar nas ruas. Sem contar com o número necessário de veículos para atender às ocorrências, a PM de Alagoas afirma que chega a selecionar os chamados pelo 190 para deslocar uma viatura.
Dados dos relatórios mensais da Secretaria de Estado de Defesa Social (SDS) mostram que, nos últimos meses, uma em cada quatro ligações feitas ao serviço 190 não foi atendida por falta de viaturas. Queixas da população se tornaram comuns.
O último relatório divulgado pela SDS, referente ao mês de julho, revela um quadro grave. Das 10.643 ocorrências feitas ao número de emergência, 2.752 não foram atendidas por falta de uma viatura, ou 25,8% do total. As médias dos meses anteriores são similares.
Ainda segundo os dados daquele mês, o número de ocorrências não atendidas só fica atrás das ocorrências onde nada foi constatado (que representou 30% do total e são classificadas como trotes). O relatório mostra ainda que o número de ocorrências não atendidas por indisponibilidade de viaturas é quase cinco vezes maior que ao de ocorrências concluídas "com êxito" - que em julho somaram 642.
O chefe do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), major Eduardo Caetano, reconheceu que o número de viaturas na capital é insuficiente para atender à demanda. "Temos uma demanda muito grande, mas onde cerca de 70% das ligações são trotes. Esse é o nosso maior problema. Quando um atende reconhece o trote pelo telefone, ótimo. Quando não, deslocamos uma viatura até o local e deixamos de atender uma ocorrência real. Isso também contribui para esse cenário", afirmou.
Segundo o major, existem em torno de 50 a 55 viaturas da Polícia Militar atuando nas ruas por turno, algumas delas alugadas. "O governo tem se empenhado em resolver esse problema. Existem viaturas alugadas para auxiliar no trabalho desde o ano passado. Temos também a previsão da aquisição de mais 12 viaturas nos próximos dias, e elas vão com certeza reduzir esse índice de ocorrências sem atendimento", disse o militar.
Enquanto as novas viaturas não chegam, a polícia afirma que vai "atrasando" os atendimentos e, em alguns momentos, até selecionando as ocorrências que vai atender. "Sempre tentamos atender a todos, mas por conta da demanda nem sempre é possível. Principalmente nos feriadões e fins de semana, onde todos estão fazendo suas festas e há muitas ocorrências de perturbação do sossego. Em alguns momentos torna-se impossível atender todas", finalizou o major.
Espera em vão.
Enquanto a PM não reforça o número de viaturas, a população reclama da falta de atendimento, principalmente nas ocorrências de pequena ilicitude.
O microempresário Marcelo Diniz afirma que teve problemas com perturbação do sossego e não foi atendido pela PM.
Segundo ele, um culto improvisado na frente do prédio onde mora estava com som alto e incomodando os moradores. "Liguei para o 190 por volta das 19 horas daquele dia e informaram que uma viatura viria. Passada uma hora, pedi para outro vizinho do prédio ligar também. Ele ligou e também informaram que iriam mandar uma equipe, inclusive disseram que já sabiam do problema. Mas até hoje esperamos essa viatura chegar, e o culto só terminou depois das 22 horas", contou.
A jornalista Aline Barbosa conta que tentou pedir ajuda à PM quando foi impedida de entrar com o carro em casa, no ano passado. Não obteve êxito. "Ao chegar em casa, estava um carro parado em frente à minha garagem e, depois de não encontrar o dono do carro, liguei para a polícia e a atendente me informou que não tinha viatura disponível naquele momento", relatou.
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